Porque as Rosas...

Porque as Rosas...
São lindas, mas com espinhos!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Deleite.


Os pássaros bebem da neve, na rua,
Depois de poisarem as suas patinhas
Sobre a camada fofa do manto claro
E saltitam sobre ela, divertidos…

 
A noiva da noite despiu-se, está nua
E desaparecida no dia seguinte
Que é hoje, onde acordei as minhas
Esperanças deste momento raro.

 
Os meninos pequenos, de casa saídos,
Dirigem-se à Escola sobre este branco
De neve que é um adocicado requinte

 
E eu procuro o sossego num banco
De jardim, para escutar os ruídos
À minha volta, que parecem gemidos.  

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Vento sopra-me.


Ouço o sibilar melódico e constante do vento
Que sopra através dos majestosos pinheiros
E remeto-me então à tarefa anterior:
Oxigenar os meus pulmões carentes.
Subo mais uma quelha, recupero e miro
O movimento das copas, de verde vestidas,
Sobre os troncos rugosos, castanhos e esguios,
Parecendo proferirem silenciosa prece.
A sua resina, qual sangue coagulado,
Cola-me de imediato os dedos, quase frios
Deste Inverno cinzento de algum rigor.
Escutando, por momentos, tal doce lamento,
Reparo ainda nos tordos aventureiros
Que vêm do leste, em bandos, como emigrantes,
Por necessidade, como connosco acontece,
Depois de um destino, que nem admiro…
O vento trar-me-á algumas esperanças perdidas
E levar-me-á, sem alternativa, para outro lado?
Ficar aqui resulta em parco e estranho alento
Que me acomoda num futuro que me merece
Mais ousadia, na consciência de uma vida melhor,
Que o vento me aconselha para factos evidentes.
Fazer a mala, mais uma vez, sugere despedidas
Para mais descobrimentos, igualmente estrangeiros…
 
Joantago