Porque as Rosas...

Porque as Rosas...
São lindas, mas com espinhos!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Desculpa.


Pedir desculpa é um gesto nobre, inteligente;
A desculpa pressupõe a remissão de uma falta
Cometida por alguém com ou sem negligência…
O pedido se for apresentado com humildade
Reveste-se de uma carga enorme de dignidade
E deve ser aceite pelo lesado, ainda que crente
Numa opinião pouco favorável do infractor…!
Quem se desculpa deve gerir as suas falhas
Para evitar um histórico de continuidade,
E as desculpas não serem “de mau pagador”!
Uma desculpa deve ser rápida, por via do prazo,
Que quanto mais dilatado, mais inconveniente;
Há desculpas que se diluem no orgulho de um acaso
Que não vingam na natureza (feitio) do seu autor,
Por não serem honestas e ninguém fazer caso.
Desculpar-me-ei por ser despropositado e impaciente
Na inoportunidade de vo-la deixar em voz alta.

 

 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Que seja Paz.


Quando se ouve dizer, vulgarmente:
“Vamos pôr uma pedra no assunto!”
Há sempre alguém, ou talvez nós
Que se arrepende e remove-a…
O sentido inicial supõe-se sério
E terá o significado do peso dela,
Quando se coloca e quando se retira.
As pedras de cada caminho são variadas
À proporção da vida de cada indivíduo…
Causam preocupação e cada um move-a
Para onde entende que deve metê-la.
O pior é quando estamos sós
Com o peso de muitas pedras acumuladas
E não temos a capacidade suficiente,
De mudá-las num determinado momento.
A solução para parti-las não é eficaz
Porque todos os pedaços no seu conjunto
Valem o mesmo para qualquer critério.
“Pôr uma pedra no assunto!”, Que seja paz.   

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Santos e Bacos.


Ainda se festeja o lendário São Martinho,

Que dividiu a capa com um desgraçado,

A quem se devotam procissões

De bêbedos de licenciosidade autorizada,

Por quem se mata o porquinho,

Comem-se castanhas e louva-se a Bebiana…

Boa desculpa, para provar-se o vinho

E claro, tomar-se a habitual carraspana!

Destacam-se as figuras principais,

Do pessoal “irmão” da bebedice,

Para ir para casa aos tropeções…

E por ser o patrono, também, dos pedintes,

Solicitamos ao santo que peça à ariana

Que nos visitou recentemente, que é parvoíce

Essa dos navegantes para animar a rapaziada!

Se “o fado é que induca e vinho enstrói”, ó santinho,

Cantemos e bebamos para esquecermos os ais!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A Altura do "Inverno".


Ainda não é altura para me levantar da cadeira,
Segurar a bengala, vacilando, e seguir em frente,
Dirigir-me ao baú das recordações de infância
E rever os retractos que tantas vezes já vi…
Pegar nas cartas que recebi de quem me queria,
Fazer tudo isso com doçura e vagarosamente.
Ainda não é altura das contas que há muito devia,
Para comigo, para com os que conheci, até aqui…
A minha idade tem uma marca ligeira
De episódios que sempre que aconteceram,
Preocuparam-me o necessário do que a vida resulta,
Nesse mistério que nem me esforçarei por perceber.
Ainda não é altura de marcar a tal consulta
Com o cangalheiro para o orçamento da despedida…
Ainda não é altura de inevitavelmente receber
Palavras de conforto e olhar para a cabeceira,
Para ouvir histórias dos outros que não entenderam
Que cheguei ali porque só lhes tomei a dianteira!
Mesmo não tendo chegado ainda a altura,
Quero preparar a minha mala de consciência
E avaliar os anos que, co m imensa ternura,
Deixaram-me espaço para viver a minha experiência.
Mas é altura de considerar e encorajar a velhice
Dos que lhes chegou a altura de terem presente
Que o inverno da vida não é tristeza ou chatice.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A Dor.


A dor, quando se sente, é amarga
E digamos que há muitos tipos de dor:
A dor da ferida carnal, que se cura

Ou não, com o tempo e o tratamento;
A dor do amor, por vezes, muito maior,

Onde o fogo intenso, que se apaga,
Mas, nalguns casos, sempre dura;

A dor de inveja, que revolve as entranhas
Dos que não são e não conseguem ser

Como os demais, por não terem discernimento!
A dor “de corno”, por ser o último a saber,

Nunca percebe as coisas mais estranhas…
A dor da Alma, que ignoro completamente,

Afecta, à última hora, imensa gente.
Mas a dor maior, grande, grande

É a dor da perda, na morte, num instante.