Porque as Rosas...

Porque as Rosas...
São lindas, mas com espinhos!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tem de se aceitar!

O que esperar de um sonho,
Que se tornou, com o tempo, pesadelo?
Para quê, fingir que me iludo,
Com este momento, esta hipótese de viver,

Mais do que um dia, mais do que posso?
Este mundo, de forma alguma, é nosso!
Toda a tenacidade que ponho,
Num pensamento, eu sei, vou perdê-lo,

Como, de resto, se perde quase tudo!
Se, por acaso, puder (mais tarde) prever
E concluir, que não passou de casualidade,

O que me prometi, sem autêntica verdade,
Mais valerá, conhecer-me realmente,
Porque esta ilusão, é igual para toda a gente.

Metamorfose.

O céu, escurecido pela mudança
De um tempo, que tem sido estável,
Animar-me-á a torpe esperança,
Em que a vida melhore, em breve?

Resistir, numa calma aparente,
Contrasta com a revolta que sinto...
Quem, como eu, algum dia esteve,
na opinião, de muita e variada gente,

Com uma prestação louvável
E de reconhecida competência,
Numa causa a que se dava importância...!?

Actualmente, acho-me ausente,
Com ideias, perdidas num labirinto,
Por ignorar o valor da minha experiência!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sob condição.

Vazio, é o meu longínquo pensamento
De uma saudade, típica, num sentimental
Por que a sua natureza o encaminha,
Mas estacionado na forma física...

Analisando o passar do tempo, medido,
Já não há ideia de uma nota que acento
Imaginando-me confortado na escrivaninha
Dos meus tempos de escola oficial.

Vazio, é o momento que implica
A assunção da imposição que não sustento,
Senão a gestão da minha liberdade!

Já não me lembro de ter ansiedade,
Nem valorizar qualquer utópica ambição,
Simplesmente, por não lhes achar condição!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Alma do Fado.

O Fado das caravelas, dos que partiam
E dos que ficavam, mais a saudade...
O Fado que fez chorar os marinheiros
E encheu de angústia as viúvas e os órfãos;

O Fado que entornou vinho na Taberna
E que disputou brigas de ansiedade...
O Fado que fez parar os arruaceiros
Na sangria que lhes deu a condição de irmãos!

O Fado meteu faca na liga da perna
E lança, num coração desgraçado...
O Fado cantou a tristeza e a alegria,

De passar um vadio com outra ao lado,
Com ar gingão, estilo de janota e ciumento;
Mas o fado, jamais se perdeu no seu momento...

Joantago