As pedras começaram a chorar
Lágrimas de invernia constante,Descarga de nuvens saturadas
Que não manifestam trovoada,
Mas despejam volumosas bátegas
De água fria e em abundância.
Preocupam-se os agricultores
Com os calendários trocados:
O que se semeou e plantou;
O que é necessário pôr à terra.
As pedras escorregam húmidas
Reflectindo-se no alto da serra.
O choro silencioso dos seus pecados
Ouço-o no coração palpitante,
De uma saudade que acalentou,
Um ou outro, de dispersos amores
À chuva, ao seu culto, até parar.
As pedras, agora mais agarradas,
Demandam se a chuva é continuada?